Juízes 2:6-23
Segunda: Juízes 3:1-6;
Terça: Juízes 3:7-31
Quarta: Juízes 4:4-16;
Quinta: Juízes 6:11-24;
Sexta: Juízes 9:7-21;
Sábado: Juízes 13;
Domingo: Juízes 17:1-6; 21:25.
Os juízes de Israel atuaram durante um
período de 300 a 350 anos, aproximadamente, desde a morte de Josué até o início
do ministério de Samuel. Foi o período que antecedeu a instituição da monarquia
em Israel.
Os juízes eram, antes de tudo,libertadores
ou salvadores do povo. Eram também os responsáveis pelo julgamento de questões
que envolviam o povo de Deus (Josué 2:16).
O quadro abaixo, extraído da Bíblia de Estudo Almeida, fornece uma
visão geral desse período, bem como os juízes que foram levantados por Deus.
Foram 13 juízes:
Alguns citam Abimeleque, como um
pseudo-libertador sem autoridade divina (Jz. 9:1) e também a Eli, o
sumo-sacerdote (1 Sm. 4:18), mas não foram efetivamente juízes.
O objetivo do presente estudo é apresentar
a graça e a misericórdia de Deus, mesmo em meio à infidelidade e fracassos
humanos. Eis algumas lições:
1.
Altos e baixos: sinais de um povo em crise
O longo período dos juízes é assinalado
por altos e baixos na vida do povo de Deus. Sob a liderança de um juiz o povo
se mantinha fiel ao Senhor e vivia um período de paz e prosperidade (Jz.
3:11,30; 5:31; 8:28). No entanto, após a morte do juiz, sobrevinha um período
em que os israelitas tornavam a fazer “o que era mau perante o Senhor.” (Jz.
4:1; 13:1). Se afastavam do Senhor e seguiam “pós outros deuses, dentre deuses
das gentes que havia ao redor deles.” (Jz. 2:12,13; 3:7; 10:6). Havia sempre um
ciclo vicioso: (1) Israel deixava o Senhor para servir outros deuses;
(2) Deus o entregava nas mãos dos seus opressores; (3) em sua aflição, Israel
implora ao Senhor por livramento; (4) o Senhor lhe proporciona um libertador
que rompe o jugo dos invasores. Enquanto vivia o juiz, o povo se mantinha fiel
ao Senhor, porém após a sua morte, o povo de rebelava e caia em apostasia.
Este ciclo vicioso revela os sinais de um
povo em crise. Destacam-se, nesse período de repetidos desvios de Israel, as
seguintes crises:
· Crise
espiritual: com incrível facilidade, o povo se afastava do
Senhor, cultuando ídolos e praticando os atos pagãos das nações vizinhas. Com a
apostasia dominando (veja Jz. 2:11-12), tem início uma fase de quedas
espirituais na vida do povo. Pelo fato de não conquistar toda a extensão da
Terra Prometida, Israel deixou ficar em sua vizinhança um povo cuja idolatria
era fonte de perversões, de maldades e provocações ao Senhor. Com isso, os
israelitas receberam uma forte influência negativa dos cananitas,
comprometendo seriamente a sua vida espiritual;
· Crise de
autoridade: “Naqueles dias
não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava reto.” Essa informação aparece em Jz. 17:6; 18:1; 19:1 e 21:5. Não havendo
uma autoridade reconhecida e atuante, o povo mergulhava na confusão. Provérbios
11:14 diz: “Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na
multidão de conselheiros há segurança”;
· Crise moral: num clima de apostasia (abandono da fé), anarquia (sem governo) e
confusão, os princípios morais se degeneram e o povo se corrompe. Exemplo disso
se encontra no capítulo 19, em que se registra o crime dos habitantes de Gibeá,
da tribo de Benjamim. O perigo das crises sempre ronda o povo de Deus. Há,
ainda hoje, entre o povo de Deus, práticas religiosas que distorcem e mancham a
pureza da vida cristã. São práticas que, em vez de revelar espiritualmente
saudável, tornam-se máscaras que escondem uma vida espiritual em decadência. Por exemplo, muitos são aqueles que tem um mau caráter, picaretas,
violentos e maus exemplos no lar, mas tentam se esconder na frente dos outros
(líderes religiosos) indo aos cultos com longas orações, falsa piedade... A
falta de uma liderança bem estruturada favorece o desequilíbrio na igreja,
resultando numa sucessão de crises.
2.
Justiça e soberania: atributos de um Deus que age
O período conturbado dos juízes era um
sinal claro que as pessoas não levavam em conta a justiça e a soberania de
Deus. Quando Israel se estabeleceu em Canaã, tinha como objetivo recebido de
Deus de revelar a existência de um Deus único, verdadeiro, santo e soberano. No
entanto, o povo se rebelou e deixou de cumprir os propósitos de Deus para a sua
vida. As consequências foram as opressões dos povos inimigos e o cativeiro. O
abandono do Deus Santo resultou em uma situação desastrosa para os israelitas
em Canaã.
Arthur E. Cundall, escreveu sobre o livro
de Juízes: “O pecado do povo não era coisa insignificante, que se pudesse
desprezar; ao contrário, era uma afronta à justiça de Deus e, como tal,
visitado por julgamento severo e doloroso. Uma nação que abandona o Senhor ou
rebaixa e compromete seus padrões, não pode esperar prosperidade em nenhum
sentido.”
As conquistas do povo, por meio dos
juízes, eram atos da soberania de Deus. O seu poder soberano é visto através dos
vários livramentos dados aos israelitas, por meio dos juízes. Várias nações que
foram dominadas eram muito maiores em número do que o próprio Israel. Assim, o
Deus soberano é quem luta pelo seu povo (Juízes. 6:16; Salmo 20:7; 118:6,7).
O povo de Deus, ainda hoje, precisa saber
que o Senhor está no controle de todas as coisas. A sua justiça e soberania são
qualidades que revelam que Ele conduz a história de acordo com Sua vontade.
3.
Graça e misericórdia: oportunidades para um novo começo
Repetidas vezes, aparece no livro de
Juízes a expressão: “Os filhos de Israel fizeram o que era
mau perante o Senhor.” Essa rebeldia contra Deus provocava a ira
do Senhor, pelo que eram entregues aos inimigos. Alguns desses inimigos os
próprios israelitas deixaram ficar na terra de Canaã, enquanto que a ordem de
Deus era que fossem eliminados da terra. Contudo, quando o povo, gemendo sob a
opressão do inimigo, voltava-se arrependido para o Senhor, era alcançado
com misericórdia e graça divinas. A
compaixão de Deus se manifestava a Israel numa demonstração da grandeza do seu
amor pelo povo escolhido. Para que se tenha noção da bondade de Deus, basta ler
Juízes 2:18 e 10:15.
Contrastando com a pecaminosidade variada
do homem, há a constância de um Deus que está sempre pronto a ouvir as
angústias de seu povo desviado, e a intervir em seu favor. Ele não age
precipitadamente, a fim de apagar o nome de uma nação que o tratou tão
horrivelmente. Seus braços ainda estão abertos para receber aquele que clama
por perdão. A paciência de Deus e a maravilhosa possibilidade de um novo
começo, por meio da Sua graça, faz ressoar uma nota alegre no livro de Juízes,
a qual não pode ser silenciada pelos sons
discordantes e pecaminosos que parecem predominar.
Atualmente, muitos tem insistido em
caminhar por caminhos de pecados. Porém Jesus é o grande libertador que veio
para nos livrar das garras do diabo e da condenação. Nele encontramos a
verdadeira liberdade e a vida plena (João 8:32,36; Colossenses 1:13,14;
Apocalipse 1:4-6).
4.
O problema da falta de legado de Josué
Percebemos claramente Moisés instruindo e
preparando alguém para que fosse o seu
sucessor (Êxodo 17:9-14; 24:13; 33:11; Deuteronômio 1:38; 3:21,28; Deuteronômio
31; 34:9). Entretanto Josué não havia preparado ninguém. Não sabemos se foi
falta de alguém disponível ou se foi um erro da parte deste servo de Deus. A
falta de deixar um discípulo que continue a obra de Deus traz consequências
muito ruins, como vimos no livro de Juízes. Podemos ser usados por Deus para
desenvolver grandes ministérios, mas se não atentarmos para a importância do
legado, de formar discípulos que continuem a obra, pode ser que praticamente
tudo se perca. Foi por causa disto, deste princípio, que o Senhor Jesus se
preocupou tanto em formar os seus apóstolos, para que dessem continuidade ao
Seu ministério na implantação do Reino de Deus. Ele focou grande parte da Sua
vida preparando apenas 12 homens, mas que foram grandemente usados para ganhar
o mundo. Sendo Jesus nosso exemplo (1 Pedro 2:21), devemos seguir os Seus
passos.
4. O erro de buscar a Deus somente na necessidade
Outro ensinamento que podemos observar
claramente no livro de Juízes é o fato de que os filhos de Israel se lembravam
de buscar ao Senhor somente quando estavam sendo oprimidos, sofrendo nas mãos
dos seus inimigos. Entretanto, quando tudo ia bem, facilmente se esqueciam do
Senhor e acabavam dando ouvidos para os ídolos e falsos deuses dos povos
vizinhos. Isto na verdade mostra que o povo de Israel não amava verdadeiramente
ao Senhor. Seu coração era dividido, queriam na verdade servir a dois senhores,
mas isto não é possível (Mateus 6:24).
As pessoas que não tem compromisso com
Deus costumam clamar ao Senhor somente quando as coisas apertam, quando estão
passando por enfermidades, ou dificuldades financeiras, ou mesmo outros
problemas. Isto costuma muitas vezes ser o megafone de Deus para atrair estas
pessoas para que ouça a Sua voz. Entretanto é triste observar que muitos, após
receber a bênção, viram as costas para Deus, como se nunca tivessem conhecido a
Ele. Isto aconteceu com a multidão que seguia após a Jesus. Receberam muitas
curas, viram muitos milagres, receberam do amor do Senhor, porém foram os
primeiros a gritar: “Crucifica-o!” Isto mostra que o interesse deles estava
naquilo que o Senhor podia oferecer a eles e não na pessoa do Senhor. Outro
fato a observar é que milagre não salva ninguém, mas sim um verdadeiro encontro
com o Senhor Jesus!
Entretanto o que é mais triste do que isto
é ver cristãos professos vivendo como se Deus fosse um mero “papai-noel”, ou
seja, alguém com quem podemos trocar benefícios. Deus deseja ser nosso Pai,
cuidando de nós, fazendo de nós seus filhos, parte de Sua grande família. E é
fato observar como muitos tem dificuldade de chamar a Deus de Pai, pois pai é
aquele que dá o que precisamos e não o que queremos!
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