João 19:17-30; 20:1-10
Segunda: Mateus 27:33-56;
Terça: Mateus 28;
Quarta: Lucas 23:33-40;
Quinta: Atos 1:1-11;
Sexta: 1 Coríntios 15:1-20;
Sábado: Filipenses 2:1-11;
Domingo: 1 Tessalonicenses 4:1-18.
É
fascinante estudar a vida de Jesus. Não existe maior exemplo do que o dEle. Ele
deve ser a aspiração de todo o cristão, o seu maior alvo, seu maior ícone
(Efésios 4:13). Como já foi abordado em estudos anteriores, Jesus, o Filho de
Deus encarnado, presente no meio da humanidade, exerceu um ministério público
cuja preparação foi realizada por João Batista. O ponto culminante da história
de Cristo está neste estudo: seu sofrimento, morte e ressurreição. Sabe-se que
a sua ascensão ocorreu 40 dias após estar ressurreto. O período a ser tratado aqui compreende a última semana de Jesus em
Jerusalém.
Durante o seu sacrifício na cruz, Ele
pronunciou várias frases repletas de profundos significados. Uma delas é: “Está
consumado”, que significa: “está completo, está concluído, está terminado.” Ele
morreu, não por causa de erros praticados e nem como se fosse um mártir. Morreu
para que o projeto de Deus fosse concluído conforme estava previsto. O plano de
salvação estaria incompleto ser não incluísse esses momentos históricos: morte
e ressurreição. Na verdade a fé cristã seria vã se, por exemplo, Cristo não
houvesse ressuscitado (1 Coríntios 15:14).
O Império Romano - que estava se sentindo ameaçado pela presença
e obra do Rei dos reis - tomou providências para tentar derrotá-lo. As
autoridades pensavam que a morte colocaria um ponto final na pessoa e obra de
Jesus. Desde o seu nascimento, a perseguição já era uma realidade, pois Herodes
determinara a matança dos inocentes, exatamente com o propósito de atingir o
menino Jesus (Mateus 2:16). Mas, é oportuno observar que o instrumento de
execução do Salvador transformou-se em símbolo de vitória.
Quanto ao aspecto histórico da morte de
Jesus é possível verificar:
· Homens perversos ficaram irados com a
vida e as palavras do Mestre, e passaram a tramar a sua morte (Lucas 4:28-30;
João 5:18; 7:1,25);
· Jesus estava convicto de que a sua obra
se cumpriria através do seu sacrifício (Mateus 20:28; 26:24; João 3:14; 8:28);
· Jesus
permitiu-se prender e crucificar, porque o desejou (Mateus 3:15);
· Voluntariamente
entregou-se à vontade soberana do Pai (Lucas 22:53; João 10:18; 17:1);
· A morte de cruz
fazia o condenado incorrer na maldição da Lei (Deuteronômio 21:22,23; Gálatas
3:18);
· A condenação e
morte de Jesus foram, do ponto de vista legal e moral, a maior infração, o mais
desprezível desvio da justiça (Atos 2:22,23);
· O governador
Pôncio Pilatos declarou que nenhum crime havia em Jesus (Lucas 23:4,14).
Há evidências de crucificação nos séculos
VI e V a.C., na Pérsia, segundo o historiador Heródoto. Era praticada pelos
fenícios e cartagineses, e, posteriormente, pelos romanos. Os escravos, os
tipos mais baixos de criminosos, eram crucificados; raramente esta execução era
imposta aos cidadãos romanos.
A execução na cruz era chocante. Certa
vez, o imperador Júlio César desejou observar a cena de uma crucificação, mas,
ao ver, desmaiou.
O presente estudo, que fala de momentos
históricos extremamente importantes na vida de sofrimento de Jesus, tem como
objetivos apontar lições numa perspectiva de vitória.
1. A motivação maior do sacrifício de
Jesus
Quando se estuda a respeito do sofrimento,
morte e ressurreição de Jesus, é indispensável observar esses acontecimentos
não apenas do ponto de vista de resultados. Eles possuem uma causa motivadora,
que pode ser resumida numa única palavra: amor. O conhecido texto de João 3:16
apresenta a dádiva de Jesus como sendo a maior prova do seu amor. Esse amor
sacrificial foi revelado à humanidade que, de fato, não o merecia. Porém, o
amor de Deus é incondicional e está acima de qualquer compreensão (Romanos
5:6-8). John Stott declarou: “Sem a morte sacrificial de Cristo por nós, a salvação teria sido impossível.” (Hebreus 9:22).
2.
O alcance do sacrifício redentor de Jesus
Jesus entregou-se pelos pecados do seu povo,
para resgatá-lo deste mundo perverso, de acordo com a vontade do Pai (Gálatas
1:4). O que mais desperta a atenção é justamente o fato de que, através da
morte e da ressurreição, todo aquele que crer poderá ter a certeza da vida
eterna (João 3:36). É interessante constatar a simbologia da crucificação,
pois, lá no madeiro, Jesus estava de braços abertos, expressando o seu desejo
de acolher a todos. As suas mãos estendidas apontavam para as extremidades do
universo, simbolizando o alcance da sua obra redentora (Mateus 11:28-30). A
cruz tem duas direções: aponta para o alto na travessa vertical,
falando da restauração do relacionamento entre o homem e Deus; e outra que
aponta para os lados, falando da restauração do relacionamento entre as pessoas
e o alcance do amor de Deus.
“Mediante a ressurreição, Deus glorificou
e exaltou a Jesus que havia morrido. Promovendo-o ao lugar de suprema honra à
sua direita, em cumprimento ao Salmo 110:1; e por causa da realização da sua
morte, Deus transformou ao Jesus crucificado e ressurreto em Senhor e Cristo e
em Príncipe e Salvador, dando-lhe autoridade para salvar os pecadores,
concedendo-lhes arrependimento, perdão, e o dom do Espírito.” (John Stott).
A vitória da cruz ficou completa com a
ressurreição e ascensão de Jesus. Ele demonstrou poder sobre a morte; assim
garante a ressurreição para a vida a todos aqueles que nEle creem.
O pecador precisa valorizar o sacrifício
de Jesus, aceitando-o como único e suficiente Salvador, lembrando que Ele
entregou o Seu corpo e derramou o Seu sangue precioso para lhe dar salvação. Na
cruz, o preço do Seu resgate foi pago (Colossenses 2:14,15).
3.
Benefícios do sacrifício e ressurreição de Jesus
As bênçãos decorrentes do sacrifício,
morte e ressurreição de Jesus são incalculáveis. Por exemplo:
· o amor de Deus é comunicado ao seu povo
(João 6:53,56,57);
· a justificação é alcançada (Romanos 4:25;
5:1-11);
· a reconciliação do pecador com Deus é
promovida (Efésios 2:16);
· a redenção é consumada (Romanos 3:21-25;
6:23; Hebreus 5:9,10; 12:1,2);
· o perdão e a paz são garantidos (Romanos
5:1; 1 Coríntios 15:1-5);
· a cura das enfermidades são alcançadas
(Isaías 53:4,5);
a libertação da carne
e da vida de pecado são alcançadas quando nos vemos incluídos na Sua morte
(Romanos 6:3-14);
· A vitória completa sobre os espíritos demoníacos é garantida. O que
muitos não conseguem observar no sacrifício de Cristo é de que a cruz não era
simplesmente uma cruz, mas uma espada enficada no Calvário, que significa
“caveira”, falando do crânio cabeludo daquele que anda em seus delitos (Salmo
68:21), que é o próprio satanás, cumprindo a profecia de Gênesis 3:15, quando o
descendente da mulher feriria a cabeça da serpente (esta serpente que é o
diabo—Apocalipse 12:9). Confirma este ensino Colossenses 2:15— perceba onde foi
que o Messias venceu ao império das trevas.
A Bíblia diz que a morte de Jesus foi
tanto voluntária quanto determinada; foi pelos pecados da humanidade; foi para
resgatar o pecador. A consequência atual da morte de Jesus é graça e paz. O
resultado eterno da morte de Jesus é que Deus será glorificado para sempre
(Gálatas 1:3-5).
Jesus venceu o maior inimigo - a morte -,
e ressuscitou no terceiro dia. Está vivo pelos séculos dos séculos! A igreja,
ao celebrar a Ceia do Senhor, rememora a morte do Senhor e proclama a sua
segunda vinda gloriosa.
O preço do resgate foi pago. A
reconciliação está completa! A justiça eterna foi produzida. “Está consumado!”
(João 19:30). Como diz um hino: “Cristo já ressuscitou, aleluia!”