Esdras 1
Segunda: 2 Crônicas 36;
Terça: Esdras 2;
Quarta: Esdras 6;
Quinta: Esdras 8;
Sexta: Neemias 1 e 2;
Sábado: Neemias 12:27-47;
Domingo: Salmo 126.Após o longo período do exílio babilônico, Deus resgatou o seu povo e o trouxe de volta a Jerusalém, a Terra Prometida, onde deveriam celebrar com alegria ao Senhor.
Houve dois
exílios na história do povo eleito. Em 722 a.C. foi deportada para a Assíria a
população do Reino do Norte (2 Reis 17). Em 587 a.C. foi deportada para a
Babilônia boa parte da população do Reino do Sul, quando Nabucodonosor destruiu
Jerusalém (2 Reis 25).
A deportação,
embora não resultasse em prisão, causava grandes sofrimentos. Os exilados eram
arrancados de sua terra natal e de suas propriedades; e tinham dificuldades
para cultuar ao Senhor, conforme relata a profecia de Daniel. A situação dos
exilados os colocava entre o escravo e o cidadão, ou seja, podiam adquirir
propriedades, exercer profissões, mas sem ter os direitos dos cidadãos livres.
O exílio
babilônico durou de 597 a 538 a.C. para os da primeira deportação; e de 586 a
538 a.C. para os da segunda e grande deportação. Portanto, em números redondos,
respectivamente, sessenta e cinquenta anos.
Durante o exílio
na Babilônia, o povo foi confortado pelos profetas Ezequiel e Isaías
(especialmente os capítulos 40 a 66). Semelhantemente, o profeta Jeremias
ocupou um papel importante na vida do povo, pois, não só anunciou o exílio, mas
ofereceu ajuda espiritual ao povo nesta época. Esses profetas reavivaram as
esperanças do retorno à pátria, o que aconteceu em 538 a.C., com o edito de
Ciro, o rei dos persas, que conquistou a Babilônia (Esdras 1:1-4). O final do
II livro de Crônicas e os livros de Esdras e Neemias oferecem os relatos
históricos a respeito do retorno dos exilados; as
profecias de Ageu e Zacarias também aludem ao período da reconstrução da vida
nacional.
Zorobabel, Esdras e
Neemias foram homens-chave usados por Deus para reorganizar a vida do povo.
Do ponto de vista
religioso, o exílio é considerado punição pela idolatria e infidelidade do povo
para com Deus. Foi também um tempo de purificação e expiação. Mas foi,
sobretudo, um tempo de renovação da esperança, tornando-se um símbolo da
conversão, ou da volta a Deus. Infelizmente muitas pessoas somente dão valor
para as coisas e para os outros quando os perde.
Assemelhamo-nos ao povo
daquele tempo, que se caracterizava pela sua inconstância: num momento, o
coração estava voltado para Deus; noutro momento, inclinava-se aos ídolos e ao
pecado. As pessoas que são inconstantes, conforme a Palavra, nada vão obter do
Senhor (Tiago 1:6-8). Precisamos ser firmes, com o coração totalmente voltado
para Ele, perseverando neste propósito, afinal de contas é impossível servir a
dois senhores (Mateus 6:24).
Quando confiamos mais
em nós mesmos e nos distanciamos do Senhor, pagamos o preço da nossa
infidelidade, sujeitando-nos ao fracasso e à derrota. O mais importante é saber
que, independentemente de nossa infidelidade, Deus nos desafia, chama-nos,
busca-nos. Ele é o Deus fiel que, em seu grande amor, deseja manter-nos
próximos dEle (Isaías 30:15; Mateus 23:37).
1. A infidelidade tem um alto preço
Para
as gerações posteriores, o cativeiro egípcio era uma lembrança inesquecível,
com muitas lições fortes para o povo. No entanto, Israel passou a confiar mais
em si, esquecendo-se dos preciosos ensinamentos deixados pelos seus ancestrais
e distanciando-se dos caminhos do Senhor. Profetas alertaram o povo quanto aos
riscos de infidelidade, mas não foram ouvidos. A consequência foi inevitável e
catastrófica: o exílio babilônico (2 Reis 24 e 25; 2 Crônicas 36).
Em um primeiro momento,
a nobreza foi levada cativa; os pobres permanecem na terra para trabalhar e
pagar os impostos. Posteriormente, o saque foi completo. O templo e o palácio,
as casas e as mansões foram incendiados.
Os livros de Daniel e
Ester relatam os difíceis momentos vividos pelos povo de Deus nos tempos do
exílio. Possivelmente, a cultura babilônica tenha influenciado profundamente o
povo de Deus. Isso talvez explique as posturas radicais adotadas por Esdras e
Neemias na reconstrução da cidade e reorganização da sociedade de Israel.
A infidelidade a Deus
traz sérias consequências. Em 2 Pedro 2, o apóstolo admite que afastar-se do
Senhor após conhecê-lo é pior do que nunca o haver conhecido: “o último estado é pior do que o primeiro” (1 Pedro 2:20,22). A partir de então vem as pesadas e sérias
advertências da Palavra de Deus (Hebreus 6:4-8; Hebreus 10:30,31). Este exílio
na Babilônia nos traz uma lição muito preciosa. Muitos desprezam abertamente a
graça de Deus, praticando o pecado conscientemente, achando que depois se
arrependendo Deus vai perdoar. Mas não é bem assim que as coisas funcionam.
Deus não se deixa enganar. Sem arrependimento sincero e genuíno, não há perdão.
Deus conhece nossos corações e não se deixa levar por “conversa barata” de
arrependimento insincero. Por outro lado existem aqueles que vivem no pecado e
dizem que vão retornar ao Senhor, que se sentem muito mal
por levar esta vida, mas que um dia virão a se arrepender e servir ao Senhor.
Pensam que sempre haverá uma oportunidade de salvação. Porém a Palavra nos ensina
que HOJE é o dia que o Senhor nos deu para voltarmos para Ele (Hebreus
3:7,13,15; 4:7). A oportunidade que bate à nossa porta (Apocalipse 3:20) pode
ser a última. Pode ser que alguns que desprezam a graça divina venham a se
encontrar com a porta da salvação fechada, por ter se voltado muito tarde
(compare com Mateus 25:10-12). Os israelitas tiveram várias e várias oportunidades de arrependimento, quando os profetas do Senhor
exortavam o povo a se voltar para Deus. Entretanto desprezaram o amor e a paciência divina,
afastando a doce presença do Espírito, experimentando desta forma a ira e juízo
divinos. Que o povo do Senhor pare de brincar com o pecado e leve a sério o
Reino de Deus, vivendo de modo digno e reto perante o Senhor!
2. Deus deseja manter-nos próximos dEle
O povo de Deus
distanciou-se do Senhor e tornou-se presa fácil dos adversários. Porém, em seu
amor e fidelidade, Deus honrou o seu compromisso de estabelecer um povo
exclusivamente seu, que desfrutasse de sua íntima comunhão.
São muitas as
referências bíblicas para ensinar essa preciosa lição. No começo Deus buscou o
seu povo no cativeiro egípcio e o conduziu para a terra prometida. Novamente o
povo se distanciou dos caminhos do Senhor e experimentou o exílio babilônico.
Deus levantou a Ciro, rei da Pérsia, para conduzir o seu povo de volta para
casa (veja as profecias de Isaías 44:24-28; 45:1-13; 48:14). Num belo texto que
nos lembra o amor materno, a profecia de Oséias 11 mostra que, apesar da
ingratidão de Israel, Deus o ama profundamente (Oséias 11:1-4).
Para mostrar a
grandiosidade do amor do Pai, Jesus proferiu as parábolas dos perdidos (Lucas
15). Graças ao Senhor que Ele não nos trata conforme os nossos merecimentos
(Lamentações 3:22,23; 2 Timóteo 2:13).
Deus escolheu para si
um povo e jurou (por si mesmo) fidelidade incondicional aos seus filhos.
Conhecendo nossas limitações e necessidades, Deus sempre busca nos convencer da
necessidade dEle! Até mesmo quando passamos por momentos conturbados, fruto de
nosso pecado e infidelidade, Ele nos atrai e nos conduz ao caminho de volta.
Ele sempre apela ao nosso coração: “Volta, ó
Israel!” (Oséias 14; 1 João 1:5-2:2).
3. Deus instrumentaliza os recursos que deseja
Deus tem todo o poder
nos céus e na terra. Ele é Todo-Poderoso, absoluto e soberano. Porém, Ele conta
com os seus escolhidos para a realização de seus propósitos. Assim, Ele chamou
servos seus como os profetas já mencionados, e bons administradores como
Zorobabel, Esdras e Neemias para orientar o retorno de seu povo à Terra
Prometida e reconstruir a nação. O que mais nos surpreende é verificar que, até
mesmo personagens como o estrangeiro Ciro, são instrumentos do Senhor para
executar os seus planos (Isaías 44:28; 45:1).
Segundo o comentarista
J. Steinmann, Ciro libertou os exilados por entender ser ordenança de seu deus; também porque compreendia o
valor político de suas ações; e, finalmente, porque pretendia propagar a sua
religião. Mas, segundo o livro de Esdras (Esdras 1:1), é Deus quem desperta o coração
do rei e se dispõe a usá-lo para reerguer a nação escolhida, tal qual
aconteceria também com os reis Dario e Artaxerxes (Esdras 6:1-14).
O que se pode constatar
é que Deus tem planos e que haverá de cumpri-los sempre: não por nossa causa,
mas apesar de nós. Mesmo que não nos coloquemos à disposição dEle, Ele irá usar
outro. Em segundo lugar, podemos perceber também que Ele nos ama e nos oferece
novas oportunidades que nos ensinam a crescer. Diz a Bíblia que Deus escolheu
Israel não por seus merecimentos, mas por amor e por causa do seu juramente
(Deuteronômio 7:7-11).
Deus nos surpreende,
pois escolhe diferentes pessoas para cumprir os seus propósitos. Lembra-se da
mula de Balaão? (Números 22:21-33). Quantos de nós já fomos atendidos ou beneficiados
por pessoas consideradas estranhas ao nosso convívio! E quantas pessoas foram
usadas por Deus, mesmo sem saber! A obra é do Senhor. E Ele, em sua soberania,
utiliza diferentes pessoas e recursos para que a obra se cumpra. Ele conduziu o
seu povo de volta para casa através das mãos do rei Ciro. Ele usa a quem bem
lhe aprouver. É sempre um privilégio ser usado por Deus: “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,
segundo a sua boa vontade.” (Filipenses
2:13).
Vamos nos colocar à disposição dEle, como vasos dóceis e úteis, como
vasos de bênçãos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário