Jeremias 25:1-14
Segunda:
1 Samuel 10:17-27;
Terça:
2 Samuel 2:1-7;
Quarta:
1 Reis 1:11-40;
Quinta:
1 Reis 12:1-20;
Sexta:
2 Reis 17;
Sábado:
2 Reis 24:1-25:30;
Domingo:
Salmo 137.
O período histórico do povo de
Israel a ser estudado hoje pode ser comparado a um dia ensolarado. Termina a
madrugada com o raiar do sol, atinge o máximo de luz ao meio-dia, à tarde vai
declinando ao pôr-do-sol, sendo envolvido pelas sombras e o silêncio da noite.
Em Israel, os
erros do primeiro reinado foram superados pela força e a grandeza do segundo e
pelo esplendor do terceiro. Mas, com o passar do tempo, vieram crises, declínio
e um fim sombrio.
O período
estudado aqui compreende o início da monarquia - marcado pela escolha de Saul
como o primeiro rei - até o exílio na Babilônia. O período se inicia por volta
de 1030 a.C. (data aproximada em que Saul começou a reinar), indo até 444 a.C.
(data em que Artaxerxes concedeu autorização a Esdras e Neemias para que
retornassem a Jerusalém a fim de reconstruírem as muralhas da cidade e
organizar a vida do povo). São, portanto, quase 600 anos de história.
Depois de
aproximadamente 100 anos do início da monarquia, ocorreu a divisão do reino; O
Reino do Sul (Judá), tendo por capital Jerusalém, foi governado no começo por
Roboão. O Reino do Norte (Israel), tendo por capital Samaria, teve como
primeiro rei, Jeroboão. Cerca de 210 anos depois da divisão, em 722a.C., chegou
o fim do Reino do Norte, conquistado e subjugado pelos assírios. Transcorridos
mais 135 anos, chegou o fim do Reino do Sul, quando em 586 a.C. Nabucodonosor
destruiu Jerusalém, levando o povo para a Babilônia.
Em 539 a.C. uma
leva de judeus liderados por Zorobabel retornou a Jerusalém e reconstruiu o
templo. Mais tarde, em 444 a.C., outro grupo, liderado por Esdras e Neemias,
também retornou a Jerusalém. Sob a liderança destes dois, foram reconstruídas
as muralhas da cidade e reorganizada a vida do povo. Muitos judeus, porém,
permaneceram no exílio, nunca mais retornando à terra natal.
Antes da divisão
do reino, reinaram Saul, Davi e Salomão. Os principais profetas dessa época
foram: Samuel, Natã, Gade, Aías e Ido. Após a divisão, reinaram em Judá 20
reis; em Israel, 19. Nesse período, os principais profetas foram: Semaías, Ido
e Aías (já mencionados), Azarias, Hanani, Jeú, Elias, Micaías, Jaaziel,
Eliézer, Eliseu, Obadias, Joel, Zacarias (filho de Joiada), Jonas, Amós,
Oséias, Miquéias, Odede, Naum, Jeremias, Sofonias, Hulda, Habacuque, Daniel,
Urias e Ezequiel. No cativeiro, os profetas foram: Habacuque, Daniel, Jeremias
e Ezequiel (já mencionados), Ageu, Zacarias e Malaquias.
Os objetivos do
presente estudo são: a) mostrar a importância de se ter governantes íntegros,
competentes e tementes a Deus; b) mostrar o valor e a necessidade da voz
profética na sociedade; c) despertar o povo para crer na intervenção de Deus e
agir na busca de transformação.
1. “Fez o que era reto perante o Senhor” - As marcas do
governo sensato
Os
registros acerca dos reis de Israel e Judá sempre contêm as frases: “Fez o que era reto perante o Senhor” ou “fez o que era mau perante o Senhor”. Essas frases
resumem o governo de cada rei. Aqueles que fizeram o “que era reto perante o
Senhor” eram tementes a Deus, sensíveis aos anseios do povo, comprometidos com
a justiça e humildes para reconhecer e confessar suas faltas, demonstrando
dependência de Deus. Entre esses estão, por exemplo, Davi, Joás, Ezequias e
Josias.
É difícil haver um
governo justo, sensato e sensível às necessidades do povo quando o governante
não teme a Deus, não observa os seus mandamentos e despreza os princípios
apresentados na Bíblia (Salmo 111:10). O Senhor declara: “Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria, eu sou o entendimento,
minha é a fortaleza. Por meu intermédio reinam os reis, e os príncipes decretam
justiça. Por meu intermédio governam os príncipes, os nobres e todos os juízes
da terra.” (Provérbios 8:12-17). Aquele que despreza o
Senhor, com certeza desprezará o seu próximo, feito à imagem e semelhança de
Deus (compare com Lucas 18:2).
Por outro lado, a
Bíblia nos ensina a orar pelos nossos governantes (1 Timóteo 2:1-4), para que
tenhamos um vida tranquila e mansa, bem como para que conheçam a Jesus como
Salvador. Também nos ensina que devemos nos submeter a toda autoridade (1 Pedro
2:13-15; Romanos 13:1-7), pois esta é a vontade de Deus. Quem se opõe à
autoridade, está em rebeldia e este é um princípio satânico - devemos ter
cuidado para não estar operando com base no princípio do inimigo.
2. “Assim diz o Senhor” - O compromisso do verdadeiro profeta
O
profeta é elemento essencial na sociedade. Segundo a Bíblia, “não havendo profecia o povo se corrompe” (Provérbios 29:18). O profeta é instrumento de Deus para advertir as
autoridades quando se desviam ou excedem (1 Samuel 13:13,14); 2 Samuel
12:1-15); para repreender e exortar o povo quando este se torna infiel (Oséias
4:1-6); para despertar e encorajar nos momentos de crise (Habacuque 3:17-19).
Embora na mentalidade das pessoas o profeta fala a respeito das coisas futuras,
sua função está muito além disso. O profeta não fala de si mesmo; fala, sim, da
parte do Senhor: “Assim diz o Senhor” ou “Veio a mim a palavra do Senhor dizendo” (Isaías 56:1; Jeremias 2:1).
O profeta é o porta-voz
de Deus. O verdadeiro profeta não está preocupado em agradar ao rei ou ao povo.
O seu compromisso é com a verdade que o Senhor pôs em seus lábios. Naqueles
dias, surgiam falsos profetas, os quais diziam somente o que o rei e o povo
queriam ouvir (Jeremias 23; 28:15-17; 29:21-32).
A igreja não pode, de
maneira alguma, agir como esses falsos profetas. Não pode ignorar ou descartar
a dimensão profética da mensagem que anuncia. Não pode ser parcial, tornando-se
cúmplice da injustiça, da corrupção e do mal. É importante observar, porém, que
a situação do profeta nem sempre é confortável. Às vezes é incompreendido,
perseguido e até eliminado (Amós 7:10-13; Jeremias 20:2; 26:20-24; 32:1-5;
Mateus 14:1-12; Lucas 13:31-35).
É triste observar que
muitas igrejas hoje neguem o ministério profético no seio da igreja, dizendo
que este ministério ficou limitado ao Antigo Testamento. Usam o verso de Mateus
11:13, para fundamentar esta ideia. Porém isto não é verdade. Observando o
texto de Efésios 4:11 diz que o ministério profético faz parte dos cinco
ministérios deixados por Jesus. Também em Atos 21:10 fala acerca de um profeta,
chamado Ágabo, e que atuava na igreja, após a morte de João Batista. Devemos
valorizar este ministério, bem como os demais, para que a igreja cresça forte e saudável (Efésios 4:12,13).
Por outro lado devemos
ter cuidado com os profetas e suas profecias. A Palavra nos ensina a provar os
espíritos, e, consequentemente, as profecias (1 João 4:1). A verdadeira
profecia deve ter algumas características: ela deve edificar (deve acrescentar
à nossa fé), exortar (encorajar a obedecer ao Senhor e Sua Palavra) e consolar
(1 Coríntios 14:3). Outra coisa: a profecia verdadeira, vindo da parte de Deus,
se cumpre totalmente (Jeremias 28:9; Deuteronômio 18:21-22). Aquele que fala e
não se cumpre, falou na sua carne, na sua soberba. Nossa fé não deve se apoiar em profecias, mas antes de mais nada na Palavra de Deus e as
profecias devem estar alinhadas com a Palavra, senão facilmente pode-se desviar
do Senhor.
3. “Até quando?” - A Palavra de esperança para o povo que não se
conforma
Jeremias, o profeta que mais profetizou
antes de ocorrer o cativeiro babilônico,
anteviu este cativeiro que estava para começar dizendo: “Porque eis que vêm dias, diz o Senhor, em que mudarei a sorte do meu
povo Israel e Judá, diz o Senhor; fá-lo-eis voltar para a terra que dei a seus
pais, e a possuirão” (Jeremias 30:1-3). No capítulo 31:17, o
profeta declara ainda: “Há esperança para o teu futuro, diz o Senhor,
porque teus filhos voltarão para os seus termos.”
Zacarias, um dos
profetas que atuou já bem próximo do fim do cativeiro, relata a visão que teve,
na qual um anjo do Senhor disse: “Ó Senhor dos
Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá,
contra as quais estiveste irado estes setenta anos?” (Zacarias 1:12). Com certeza, a história dessa visão reanimou e
fortaleceu a esperança daquele povo inconformado. Relatando ainda sua visão,
Zacarias afirma: “Respondeu o Senhor com palavras boas,
palavras consoladoras, ao anjo que falava comigo. E este me disse: Clama: Assim
diz o Senhor dos Exércitos: com grande empenho estou zelando por Jerusalém e
por Sião.” (Zacarias 1:13,14).
O Salmo 137, composto
depois da vinda do cativeiro, é uma memória dos tempos do exílio. Nesse salmo,
o poeta declara que lá no cativeiro o povo jamais esqueceu a terra natal: “Às margens dos rios da Babilônia nós nos assentávamos e chorávamos,
lembrando-nos de Sião.” (v.1); “Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se
resseque a minha mão direita. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não
lembrar de ti, se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria.” (vv. 5,6).
Não podemos nos acomodar e ficar
conformados com a situação que nos envolve. O povo de Deus não se conforma com
o presente século (Romanos 12:2). Devemos, portanto, viver sempre na esperança
de dias melhores, agindo e crendo na intervenção histórica de um Deus que, com
grande empenho, está zelando por nós. “Até quando?” é a palavra de esperança de
um povo que não se conforma, que sabe que mais cedo ou mais tarde o Senhor se
manifestará. Com a oração, podemos nos unir ao Senhor na intervenção da história humana e mudar coisas antes vistas pelos olhos humanos como
impossíveis. A exemplo de Jó, devemos dizer: “Porque eu sei
que o meu Redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra.” (Jó 19:25).
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