quarta-feira, 20 de março de 2013

Está Consumado

Sofrimento, Morte e Ressurreição de Jesus

João 19:17-30; 20:1-10


Segunda: Mateus 27:33-56;

Terça: Mateus 28;
Quarta: Lucas 23:33-40;
Quinta: Atos 1:1-11;
Sexta: 1 Coríntios 15:1-20;
Sábado: Filipenses 2:1-11;
Domingo: 1 Tessalonicenses 4:1-18.


É fascinante estudar a vida de Jesus. Não existe maior exemplo do que o dEle. Ele deve ser a aspiração de todo o cristão, o seu maior alvo, seu maior ícone (Efésios 4:13). Como já foi abordado em estudos anteriores, Jesus, o Filho de Deus encarnado, presente no meio da humanidade, exerceu um ministério público cuja preparação foi realizada por João Batista. O ponto culminante da história de Cristo está neste estudo: seu sofrimento, morte e ressurreição. Sabe-se que a sua ascensão ocorreu 40 dias após estar ressurreto. O período a ser tratado aqui compreende a última semana de Jesus em Jerusalém.

Durante o seu sacrifício na cruz, Ele pronunciou várias frases repletas de profundos significados. Uma delas é: “Está consumado”, que significa: “está completo, está concluído, está terminado.” Ele morreu, não por causa de erros praticados e nem como se fosse um mártir. Morreu para que o projeto de Deus fosse concluído conforme estava previsto. O plano de salvação estaria incompleto ser não incluísse esses momentos históricos: morte e ressurreição. Na verdade a fé cristã seria vã se, por exemplo, Cristo não houvesse ressuscitado (1 Coríntios 15:14).

O Império Romano -  que estava se sentindo ameaçado pela presença e obra do Rei dos reis - tomou providências para tentar derrotá-lo. As autoridades pensavam que a morte colocaria um ponto final na pessoa e obra de Jesus. Desde o seu nascimento, a perseguição já era uma realidade, pois Herodes determinara a matança dos inocentes, exatamente com o propósito de atingir o menino Jesus (Mateus 2:16). Mas, é oportuno observar que o instrumento de execução do Salvador transformou-se em símbolo de vitória.

Quanto ao aspecto histórico da morte de Jesus é possível verificar:

· Homens perversos ficaram irados com a vida e as palavras do Mestre, e passaram a tramar a sua morte (Lucas 4:28-30; João 5:18; 7:1,25);

· Jesus estava convicto de que a sua obra se cumpriria através do seu sacrifício (Mateus 20:28; 26:24; João 3:14; 8:28);

· Jesus permitiu-se prender e crucificar, porque o desejou (Mateus 3:15);

· Voluntariamente entregou-se à vontade soberana do Pai (Lucas 22:53; João 10:18; 17:1);

· A morte de cruz fazia o condenado incorrer na maldição da Lei (Deuteronômio 21:22,23; Gálatas 3:18);

· A condenação e morte de Jesus foram, do ponto de vista legal e moral, a maior infração, o mais desprezível desvio da justiça (Atos 2:22,23);

· O governador Pôncio Pilatos declarou que nenhum crime havia em Jesus (Lucas 23:4,14).

Há evidências de crucificação nos séculos VI e V a.C., na Pérsia, segundo o historiador Heródoto. Era praticada pelos fenícios e cartagineses, e, posteriormente, pelos romanos. Os escravos, os tipos mais baixos de criminosos, eram crucificados; raramente esta execução era imposta aos cidadãos romanos.

A execução na cruz era chocante. Certa vez, o imperador Júlio César desejou observar a cena de uma crucificação, mas, ao ver, desmaiou.

O presente estudo, que fala de momentos históricos extremamente importantes na vida de sofrimento de Jesus, tem como objetivos apontar lições numa perspectiva de vitória.

1. A motivação maior do sacrifício de Jesus

Quando se estuda a respeito do sofrimento, morte e ressurreição de Jesus, é indispensável observar esses acontecimentos não apenas do ponto de vista de resultados. Eles possuem uma causa motivadora, que pode ser resumida numa única palavra: amor. O conhecido texto de João 3:16 apresenta a dádiva de Jesus como sendo a maior prova do seu amor. Esse amor sacrificial foi revelado à humanidade que, de fato, não o merecia. Porém, o amor de Deus é incondicional e está acima de qualquer compreensão (Romanos 5:6-8). John Stott declarou: “Sem a morte sacrificial de Cristo por nós, a salvação teria sido impossível.” (Hebreus 9:22).

2. O alcance do sacrifício redentor de Jesus

Jesus entregou-se pelos pecados do seu povo, para resgatá-lo deste mundo perverso, de acordo com a vontade do Pai (Gálatas 1:4). O que mais desperta a atenção é justamente o fato de que, através da morte e da ressurreição, todo aquele que crer poderá ter a certeza da vida eterna (João 3:36). É interessante constatar a simbologia da crucificação, pois, lá no madeiro, Jesus estava de braços abertos, expressando o seu desejo de acolher a todos. As suas mãos estendidas apontavam para as extremidades do universo, simbolizando o alcance da sua obra redentora (Mateus 11:28-30). A cruz tem duas direções: aponta para o alto na travessa vertical, falando da restauração do relacionamento entre o homem e Deus; e outra que aponta para os lados, falando da restauração do relacionamento entre as pessoas e o alcance do amor de Deus.

“Mediante a ressurreição, Deus glorificou e exaltou a Jesus que havia morrido. Promovendo-o ao lugar de suprema honra à sua direita, em cumprimento ao Salmo 110:1; e por causa da realização da sua morte, Deus transformou ao Jesus crucificado e ressurreto em Senhor e Cristo e em Príncipe e Salvador, dando-lhe autoridade para salvar os pecadores, concedendo-lhes arrependimento, perdão, e o dom do Espírito.” (John Stott).

A vitória da cruz ficou completa com a ressurreição e ascensão de Jesus. Ele demonstrou poder sobre a morte; assim garante a ressurreição para a vida a todos aqueles que nEle creem.

O pecador precisa valorizar o sacrifício de Jesus, aceitando-o como único e suficiente Salvador, lembrando que Ele entregou o Seu corpo e derramou o Seu sangue precioso para lhe dar salvação. Na cruz, o preço do Seu resgate foi pago (Colossenses 2:14,15).

3. Benefícios do sacrifício e ressurreição de Jesus

As bênçãos decorrentes do sacrifício, morte e ressurreição de Jesus são incalculáveis. Por exemplo:

· o amor de Deus é comunicado ao seu povo (João 6:53,56,57);

· a justificação é alcançada (Romanos 4:25; 5:1-11);

· a reconciliação do pecador com Deus é promovida (Efésios 2:16);

· a redenção é consumada (Romanos 3:21-25; 6:23; Hebreus 5:9,10; 12:1,2);

· o perdão e a paz são garantidos (Romanos 5:1; 1 Coríntios 15:1-5);

· a cura das enfermidades são alcançadas (Isaías 53:4,5);
a libertação da carne e da vida de pecado são alcançadas quando nos vemos incluídos na Sua morte (Romanos 6:3-14);

· A vitória completa sobre os espíritos demoníacos é garantida. O que muitos não conseguem observar no sacrifício de Cristo é de que a cruz não era simplesmente uma cruz, mas uma espada enficada no Calvário, que significa “caveira”, falando do crânio cabeludo daquele que anda em seus delitos (Salmo 68:21), que é o próprio satanás, cumprindo a profecia de Gênesis 3:15, quando o descendente da mulher feriria a cabeça da serpente (esta serpente que é o diabo—Apocalipse 12:9). Confirma este ensino Colossenses 2:15— perceba onde foi que o Messias venceu ao império das trevas.

A Bíblia diz que a morte de Jesus foi tanto voluntária quanto determinada; foi pelos pecados da humanidade; foi para resgatar o pecador. A consequência atual da morte de Jesus é graça e paz. O resultado eterno da morte de Jesus é que Deus será glorificado para sempre (Gálatas 1:3-5).

Jesus venceu o maior inimigo - a morte -, e ressuscitou no terceiro dia. Está vivo pelos séculos dos séculos! A igreja, ao celebrar a Ceia do Senhor, rememora a morte do Senhor e proclama a sua segunda vinda gloriosa.

O preço do resgate foi pago. A reconciliação está completa! A justiça eterna foi produzida. “Está consumado!” (João 19:30). Como diz um hino: “Cristo já ressuscitou, aleluia!”

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