Atos 10:34-43
Segunda: Mateus 3:13-17;
Terça: Mateus 4:1-11;
Quarta: Mateus 4:23-25;
Quinta: Marcos 1;
Sexta: Marcos 3:13-19;
Sábado: Lucas 4:14-30;
Domingo: João 2:1-25.
É algo fascinante conhecer a vida de Jesus,
principalmente ao observar o seu ministério público, que durou cerca de 3 anos.
Para muitos, o ministério de Jesus teve início em uma festa de casamento, em
Caná da Galiléia, quando transformou água em vinho. Outros defendem que foi por
ocasião do seu batismo.
O ministério de Jesus ocorreu na maior
parte na Palestina, tendo a cidade de Cafarnaum como sua base. A Palestina era
uma pequena faixa de terra, com área de cerca de 20 mil km2, com 240 km de comprimento e o máximo de 85 km
de largura. No tempo de Jesus, as atividades que formavam a base da economia
eram: agricultura, pecuária, pesca e artesanato. Os impostos eram rigorosamente
cobrados pelos publicanos. O poder estava nas mãos dos romanos. O centro político
e religioso era Jerusalém. O quadro social da época em que Jesus exerceu o seu
ministério constava de saduceus, escribas, fariseus, zelotes, herodianos,
essênios e samaritanos. A vida religiosa do povo judeu estava centrada em dois
polos fundamentais: templo e sinagoga. Jesus nasceu, viveu, morreu, ressuscitou e foi elevado aos céus, dentro deste contexto histórico.
É através dos Evangelhos que se podem
conhecer os ensinos e os feitos de Jesus durante o seu ministério. Ele ensinou
com tal autoridade que provocava assombro em muitos ouvintes (Mateus 7:28,29;
Marcos 1:27; João 7:46).
Durante o seu ministério público, Jesus
apresentou ensinos novos e revolucionários, oferecendo novos rumos para a vida
social, econômica, política e religiosa. Em sua missão de fazer o bem, adotou
conceitos e práticas revolucionários, à luz dos princípios básicos do reino de
Deus.
Neste estudo, pretende-se dar ênfase em
alguns destes conceitos e práticas, os quais devem ser conhecidos e praticados
pelo povo de Deus. Não é possível falar de tudo quanto Jesus fez e ensinou
neste pequeno estudo. Até mesmo os evangelhos são sinceros em dizer que somente
selecionaram alguns ensinos e histórias, já que, se houvesse uma preocupação em
relatar tudo, não haveriam livros no mundo que coubessem o que havia sido feito
e ensinado (João 20:30; 21:25).
1.
A substituição do poder pelo serviço
Jesus esteve sempre diante de autoridades,
lidando com os poderosos, chegando a ser condenado por eles. Ele era visto
pelas autoridades como uma ameaça. Porém, mesmo sendo o “Rei dos reis”, o
“Senhor dos senhores”, Ele ensinou a respeito de uma vida de serviço, de
humildade, desprovida de qualquer vaidade e soberba. Verdadeiramente Ele foi o
“Servo de servos” (Isaías 42:1-4; Filipenses 2:5-11). Com isso, apresentou um
conceito diferente e revolucionário, que produziu uma mudança radical: “maior é
aquele que serve”. (Lucas 22:26; Marcos
9:33-37). Isto porque o conceito do mundo é totalmente oposto: aquele
que exerce maior poder e tem maiores condições financeiras é o
maior e o mais respeitado.
Nos Evangelhos é possível encontrar, com
muita clareza e objetividade, esse ensino (Mateus 11:25; 20:27,28; 23:11; Lucas
22:27; João 13:1-20).
Uma das maiores evidências dessa
substituição do poder pela vida de serviço está na própria encarnação de Jesus,
como já foi demonstrado no estudo anterior.
Sobre a vida comprometida com o serviço,
assim escreveu Ronald Sider: “Se um décimo dos cristãos de todo o mundo
começasse realmente a seguir o modelo de Jesus, haveria um desejo de se
desfazer da preocupação egoísta com sua própria maneira abastada de viver e, em
vez disso, concentrar-se-iam nas necessidades dos pobres e dos não
evangelizados. Eles se identificariam tão plenamente com os que precisam do
evangelho, e com os que precisam de alimento e justiça, quanto Jesus, que tomou
a forma de um escravo.”
Portanto, a igreja é chamada a viver
segundo esse ensino do Mestre. Entretanto, o que se percebe em determinadas
comunidades cristãs é quase que uma ignorância desse ensinamento. Quando isso
acontece, a soberba passa a reinar e o exibicionismo e a supervalorização
daquilo que é material tomam conta.
A vida cristã é serviço. A igreja é uma
agência de trabalho, em que todos são desafiados a servir a Cristo e uns aos
outros, utilizando os dons e talentos conferidos pelo Senhor (veja que forte
estes textos Romanos 12:9-21; Filipenses 2:3,4).
2.
O nivelamento fraterno das pessoas
Jesus demonstrou amor fraternal a todas as
pessoas. Ele fazia o bem a todos; e estava sempre enxergando as oportunidades
para ajudar os necessitados. Ele fazia isso sem nenhum preconceito, pois
considerava a todos iguais, promovendo assim um nivelamento fraterno entre as
pessoas. É por isso que muitos defendem a ideia de que Jesus fez uma opção
pelos pobres. Embora Ele tenha olhado com simpatia para os pobres, a verdade é
que procurou se relacionar bem com todas as pessoas, tratando-as com amor e
dignidade. Jesus não excluiu a ninguém. É oportuno lembrar aqui, a maneira como tratou a diferentes pessoas:
· Ressaltou o valor das crianças (Lucas
18:15-17);
· Quebrou o preconceito racial e de gênero,
ao conversar com uma mulher samaritana, o que não era comum entre os do seu
povo (João 4:9,27);
· Hospedou-se na
casa de um homem rico, que era acusado de corrupção; e argumentou dizendo:
“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:1-10);
· Assentou-se com
os publicanos e pecadores e declarou: “Os são não precisam de médico, e sim os
doentes.” (Mateus 9:10-13);
· Determinou que
devemos amar os inimigos e orar por eles (Mateus 5:43-48).
Esse nivelamento pelo amor está também
descrito em suas palavras, quando disse: “Vinde a mim, todos os que estais
cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mateus 11:28). O convite é
dado a todas as pessoas, sem distinção.
Na igreja, esse conceito não pode ser
ignorado, pois, é assim que o Senhor quer que o seu povo viva. Aqueles
“grupinhos”, “panelinhas” ou pessoas “preferidas” precisam dar lugar a um
relacionamento interpessoal amplo, inclusivo, imparcial. Isso não é fácil de
ser praticado, mas, olhando para Jesus, não há outra maneira correta de se
viver como verdadeiros cristãos.
3.
O cuidado integral com o ser humano
No decorrer da trajetória ministerial de
Jesus, percebe-se com nitidez o seu cuidado para com o ser humano, de modo integral.
Ele atendeu a todas as necessidades das pessoas. Aqui, Ele pode ser mencionado
como o Bom Pastor, que cuidava das ovelhas, a ponto de dar a Sua vida por elas
(João 10). Portanto, nenhum aspecto da vida humana ficou sem ser atendido por
Ele.
Em Mateus 9:35. está o resumo desse
cuidado integral de Jesus para com o ser humano, evidenciado em todo o seu
ministério: “E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas
sinagogas, pregando o evangelho do Reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.”
Três palavras definem bem a extensão do ministério de Jesus:
· Ensino: “ensinando nas sinagogas” (atenção dada para o intelecto e caráter);
· Pregação: “pregando o evangelho do Reino (atenção voltada para as necessidades
do coração e da alma, as emoções);
· Cura: “curando toda sorte de doenças e enfermidades” (atenção voltada para
as necessidades da mente e do corpo).
Esse conceito revolucionário deixado por
Jesus mostra sua preocupação com todo o homem e com o homem todo.
Jesus estava em uma casa, pregando o
evangelho, quando foi surpreendido com o aparecimento de uma leito no qual
trazia um paralítico (Marcos 2:1-12). Cuidou daquele homem de modo completo,
pois, antes de curá-lo, percebeu a sua necessidade espiritual. Perdoou os seus
pecados e ofereceu-lhes a cura. O paralítico saiu alegre, dando glórias a Deus.
Jesus cuidou do seu problema espiritual e físico. Ali também o Senhor mostrou que as bênçãos tanto para a cura da alma
(pecados) quando do corpo (doenças) procediam duma mesma fonte: sua obra na
cruz!
A igreja precisa acordar para essa
realidade e estabelecer prioridades, elaborando projetos e metas, definindo sua
missão e visão, de modo a atingir todas as áreas da vida humana. Ela não pode
ficar apenas cuidando do “espiritual”, mas deve se preocupar com as questões de
ordem física, emocional, moral, intelectual, social e tantas outras. É hora de
uma ação mais eficaz, que veja o ser humano na sua integralidade.
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