quarta-feira, 13 de março de 2013

Andava Fazendo o Bem

O Ministério de Jesus

Atos 10:34-43

Segunda: Mateus 3:13-17;
Terça: Mateus 4:1-11;
Quarta: Mateus 4:23-25;
Quinta: Marcos 1;
Sexta: Marcos 3:13-19;
Sábado: Lucas 4:14-30;
Domingo: João 2:1-25.




É algo fascinante conhecer a vida de Jesus, principalmente ao observar o seu ministério público, que durou cerca de 3 anos. Para muitos, o ministério de Jesus teve início em uma festa de casamento, em Caná da Galiléia, quando transformou água em vinho. Outros defendem que foi por ocasião do seu batismo.

O ministério de Jesus ocorreu na maior parte na Palestina, tendo a cidade de Cafarnaum como sua base. A Palestina era uma pequena faixa de terra, com área de cerca de 20 mil km2, com 240 km de comprimento e o máximo de 85 km de largura. No tempo de Jesus, as atividades que formavam a base da economia eram: agricultura, pecuária, pesca e artesanato. Os impostos eram rigorosamente cobrados pelos publicanos. O poder estava nas mãos dos romanos. O centro político e religioso era Jerusalém. O quadro social da época em que Jesus exerceu o seu ministério constava de saduceus, escribas, fariseus, zelotes, herodianos, essênios e samaritanos. A vida religiosa do povo judeu estava centrada em dois polos fundamentais: templo e sinagoga. Jesus nasceu, viveu, morreu, ressuscitou e foi elevado aos céus, dentro deste contexto histórico.

É através dos Evangelhos que se podem conhecer os ensinos e os feitos de Jesus durante o seu ministério. Ele ensinou com tal autoridade que provocava assombro em muitos ouvintes (Mateus 7:28,29; Marcos 1:27; João 7:46).

Durante o seu ministério público, Jesus apresentou ensinos novos e revolucionários, oferecendo novos rumos para a vida social, econômica, política e religiosa. Em sua missão de fazer o bem, adotou conceitos e práticas revolucionários, à luz dos princípios básicos do reino de Deus.

Neste estudo, pretende-se dar ênfase em alguns destes conceitos e práticas, os quais devem ser conhecidos e praticados pelo povo de Deus. Não é possível falar de tudo quanto Jesus fez e ensinou neste pequeno estudo. Até mesmo os evangelhos são sinceros em dizer que somente selecionaram alguns ensinos e histórias, já que, se houvesse uma preocupação em relatar tudo, não haveriam livros no mundo que coubessem o que havia sido feito e ensinado (João 20:30; 21:25).

1. A substituição do poder pelo serviço

Jesus esteve sempre diante de autoridades, lidando com os poderosos, chegando a ser condenado por eles. Ele era visto pelas autoridades como uma ameaça. Porém, mesmo sendo o “Rei dos reis”, o “Senhor dos senhores”, Ele ensinou a respeito de uma vida de serviço, de humildade, desprovida de qualquer vaidade e soberba. Verdadeiramente Ele foi o “Servo de servos” (Isaías 42:1-4; Filipenses 2:5-11). Com isso, apresentou um conceito diferente e revolucionário, que produziu uma mudança radical: “maior é aquele que serve”. (Lucas 22:26; Marcos  9:33-37). Isto porque o conceito do mundo é totalmente oposto: aquele que exerce maior poder e tem maiores condições financeiras é o maior e o mais respeitado.

Nos Evangelhos é possível encontrar, com muita clareza e objetividade, esse ensino (Mateus 11:25; 20:27,28; 23:11; Lucas 22:27; João 13:1-20).

Uma das maiores evidências dessa substituição do poder pela vida de serviço está na própria encarnação de Jesus, como já foi demonstrado no estudo anterior.

Sobre a vida comprometida com o serviço, assim escreveu Ronald Sider: “Se um décimo dos cristãos de todo o mundo começasse realmente a seguir o modelo de Jesus, haveria um desejo de se desfazer da preocupação egoísta com sua própria maneira abastada de viver e, em vez disso, concentrar-se-iam nas necessidades dos pobres e dos não evangelizados. Eles se identificariam tão plenamente com os que precisam do evangelho, e com os que precisam de alimento e justiça, quanto Jesus, que tomou a forma de um escravo.”

Portanto, a igreja é chamada a viver segundo esse ensino do Mestre. Entretanto, o que se percebe em determinadas comunidades cristãs é quase que uma ignorância desse ensinamento. Quando isso acontece, a soberba passa a reinar e o exibicionismo e a supervalorização daquilo que é material tomam conta.

A vida cristã é serviço. A igreja é uma agência de trabalho, em que todos são desafiados a servir a Cristo e uns aos outros, utilizando os dons e talentos conferidos pelo Senhor (veja que forte estes textos Romanos 12:9-21; Filipenses 2:3,4).

2. O nivelamento fraterno das pessoas

Jesus demonstrou amor fraternal a todas as pessoas. Ele fazia o bem a todos; e estava sempre enxergando as oportunidades para ajudar os necessitados. Ele fazia isso sem nenhum preconceito, pois considerava a todos iguais, promovendo assim um nivelamento fraterno entre as pessoas. É por isso que muitos defendem a ideia de que Jesus fez uma opção pelos pobres. Embora Ele tenha olhado com simpatia para os pobres, a verdade é que procurou se relacionar bem com todas as pessoas, tratando-as com amor e dignidade. Jesus não excluiu a ninguém. É oportuno lembrar aqui, a maneira como tratou a diferentes pessoas:

· Ressaltou o valor das crianças (Lucas 18:15-17);

· Quebrou o preconceito racial e de gênero, ao conversar com uma mulher samaritana, o que não era comum entre os do seu povo (João 4:9,27);

· Hospedou-se na casa de um homem rico, que era acusado de corrupção; e argumentou dizendo: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:1-10);

· Assentou-se com os publicanos e pecadores e declarou: “Os são não precisam de médico, e sim os doentes.” (Mateus 9:10-13);

· Determinou que devemos amar os inimigos e orar por eles (Mateus 5:43-48).

Esse nivelamento pelo amor está também descrito em suas palavras, quando disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mateus 11:28). O convite é dado a todas as pessoas, sem distinção.

Na igreja, esse conceito não pode ser ignorado, pois, é assim que o Senhor quer que o seu povo viva. Aqueles “grupinhos”, “panelinhas” ou pessoas “preferidas” precisam dar lugar a um relacionamento interpessoal amplo, inclusivo, imparcial. Isso não é fácil de ser praticado, mas, olhando para Jesus, não há outra maneira correta de se viver como verdadeiros cristãos.

3. O cuidado integral com o ser humano

No decorrer da trajetória ministerial de Jesus, percebe-se com nitidez o seu cuidado para com o ser humano, de modo integral. Ele atendeu a todas as necessidades das pessoas. Aqui, Ele pode ser mencionado como o Bom Pastor, que cuidava das ovelhas, a ponto de dar a Sua vida por elas (João 10). Portanto, nenhum aspecto da vida humana ficou sem ser atendido por Ele.

Em Mateus 9:35. está o resumo desse cuidado integral de Jesus para com o ser humano, evidenciado em todo o seu ministério: “E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.” Três palavras definem bem a extensão do ministério de Jesus:

· Ensino: “ensinando nas sinagogas” (atenção dada para o intelecto e caráter);

· Pregação: “pregando o evangelho do Reino (atenção voltada para as necessidades do coração e da alma, as emoções);

· Cura: “curando toda sorte de doenças e enfermidades” (atenção voltada para as necessidades da mente e do corpo).

Esse conceito revolucionário deixado por Jesus mostra sua preocupação com todo o homem e com o homem todo.

Jesus estava em uma casa, pregando o evangelho, quando foi surpreendido com o aparecimento de uma leito no qual trazia um paralítico (Marcos 2:1-12). Cuidou daquele homem de modo completo, pois, antes de curá-lo, percebeu a sua necessidade espiritual. Perdoou os seus pecados e ofereceu-lhes a cura. O paralítico saiu alegre, dando glórias a Deus. Jesus cuidou do seu problema espiritual e físico. Ali também o Senhor mostrou que as bênçãos tanto para a cura da alma (pecados) quando do corpo (doenças) procediam duma mesma fonte: sua obra na cruz!

A igreja precisa acordar para essa realidade e estabelecer prioridades, elaborando projetos e metas, definindo sua missão e visão, de modo a atingir todas as áreas da vida humana. Ela não pode ficar apenas cuidando do “espiritual”, mas deve se preocupar com as questões de ordem física, emocional, moral, intelectual, social e tantas outras. É hora de uma ação mais eficaz, que veja o ser humano na sua integralidade.

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