quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Deus Único - BASE de Férias

Texto Principal: Êxodo 20:3



Textos para leitura semanal:

Segunda: Êxodo 32; 

Terça: 1 Reis 18:25-34; 
Quarta: Josué 24:14-25; 
Quinta: Salmo 115:1-8; 
Sexta: Mateus 6:24; 
Sábado: Romanos 1:18-32; 
Domingo: 1 Coríntios 10:14-22.

Quando o povo de Israel deixou o Egito, por mãos fortes e braço poderoso do Senhor, viu-se liberto de seus opressores. Ao cruzar o mar para a liberdade, o povo trouxe consigo uma influência cultural e religiosa muito forte, recebida pelos egípcios. Ainda era muito fácil os hebreus trocarem o Deus Vivo e Verdadeiro por um Bezerro de Ouro, que lembrava Apis, um deus egípcio (Êxodo 32). Isto, porque o simples fato da libertação física da opressão dos egípcios não significava que tinham também se livrado dos usos, costumes, cultura, tradições e religiosidades adquiridos durante cerca de 400 longos anos.

Havia sim a necessidade de um tratamento interno na mente e no coração deste povo. Deus o conduziria até o final onde, por meio dos mandamentos, traria ao povo uma orientação segura e equilibrada, que promoveria cura interior nas memórias que lembravam dos dias de pecado no Egito. 

Talvez a maior de todas as lembranças e o que se tornaria para Israel um dos maiores desafios se relacionava com a idolatria. Postes ídolos, imagens de barro, de fundição de ouro, de madeira, etc. Isto, porque no Egito existiam muitos deuses-animais, imagens de seres humanos, figuras da natureza, seres sem vida, rios com jeito de deus, deus com cara de gente, como no caso de Faraó. 

O desafio deste texto inicial da Lei, era promover a libertação interior do povo da idolatria e de toda forma de culto que não poderia continuar na vida daqueles que foram libertos e resgatados pelo Único Deus, Vivo e Verdadeiro. 

Ao retratarmos a indignação de Deus para com a idolatria na vida de uma nação, estamos retratando o próprio drama da nação brasileira, enraizada em diversos costumes, cultos e formas de religiosidade, as quais projetam deuses à semelhança dos do Egito. 

Em 12 de outubro de 1995, um acontecimento marcou o ano como fato religioso em nossa nação. O caso do pastor que, pregando contra a idolatria, chutou a imagem da “santa”; tal ato gerou, via mídia, uma comoção nacional. Este episódio demonstrou que a nossa nação está atolada na idolatria. Nosso país é manipulado pelas mesmas mãos que confeccionam e administram tais imagens para ilusão e veneração do povo, assim como o que aconteceu em Éfeso (Atos 19:23-41). E, de igual modo, denunciam a intolerância que certas pessoas cultivam quanto à liberdade de expressão religiosa. 

Assim, ao olharmos os ensinos bíblicos nos mandamentos do Senhor, encontramos de início a afirmação ao povo que deseja ser povo de propriedade exclusiva de Deus. Que deseja servir amorosamente Àquele que os libertou do cativeiro, da escravidão e da manipulação religiosa: “Não terás outros deuses diante de mim”. 



Por que não ter outros deuses, se não existe outro deus além do Deus Único e Verdadeiro? Porque proibir a adoração a outros deuses, se não passam de projeções humanas? Que ensinos podemos tirar deste mandamento? 

1. Exclusividade conquistada pela liberdade proporcionada: ao sair do Egito, o povo trazia na memória os cultos, as festas religiosas, os dias santos e de comoção nacional pelos feitos de tais deuses... Era ainda viva a memória dos banquetes, das panelas de carne e das orgias que serviam para honrar tais divindades e para humilhar o homem. 

Como Deus único, verdadeiro e vivo, o Senhor requeria do povo exclusividade. Não aceitava outros deuses, pois não existiam outros deuses para libertá-los da escravidão. Não houve deus que se levantasse para socorrê-los. Por que haveriam outros deuses para serem adorados? 

O profeta Elias ousou desafiar os 450 profetas, gurus e guias estabelecidos por Baal. Reuniram-se no Monte Carmelo, na casa de Baal para um desafio. E a Palavra afirma: “Tomaram o novilho que lhes fora dado, e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio dia, dizendo: Ah, Baal, responde-nos! Ao meio dia Elias zombava deles dizendo: Clamai em altas vozes, pode ser que esteja meditando, ou atendendo as necessidades, ou de viagem, ou a dormir... Porém não houve voz, nem resposta” (1 Reis 18:25-29). 

Deus não queria qualquer tipo de associação com os deuses que foram vistos no Egito. Os ídolos não falam. Não puderam lhes socorrer. Não são seres inteligentes e criadores. Os ídolos desde então são criados para manipular pessoas e a massa do povo. Estavam a serviço da opressão e exploração a mando de Faraó. Devido a isto, Deus queria que houvesse distinção. 

No livro dos Juízes existe um ciclo que demonstra como o povo de Israel, mesmo em Canaã ainda estava ligado à idolatria e não se portava diante do Senhor em exclusividade de coração. Os ciclos são: a) o povo livre, afasta-se do Senhor; b) criam para si deuses; c) Deus repulsa a idolatria do povo; d) o povo cai escravo de seus inimigos; e) o povo clama a Deus no cativeiro; f) Deus socorre seu povo e levanta um juiz libertador; g) o povo livre, afasta-se do Senhor... 

O apóstolo Pedro chama a Igreja para estar bem atenta para não cair neste mesmo erro. Em 1 Pedro 2:9,10 ele afirma: “Vós sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus; a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”

2. Exclusividade que condena falsidade: neste mandamento, Deus revela seu desagrado com a idolatria, devido ser esta a própria expressão da falsidade. Os ídolos não são deuses. São apenas obras “artísticas”. O livro do Salmos afirma:  “Prata e ouro são os ídolos deles, obras das mãos de homens. Têm boca, e não falam; têm olhos, e não veem; têm ouvidos, e não ouvem; têm nariz, e não cheiram. Suas mãos não apalpam; seus pés não andam...” (Salmo 115:4-7). 

Por outro lado, afirmam alguns que as imagens são apenas representações artísticas do ser de Deus - a adoração, todavia, segundo estes, é direcionada a Deus. Mas, ao lermos João 1:18, encontramos “Ninguém jamais viu a Deus”. E o grande líder Moisés rogou ao Senhor que lhe mostrasse a sua glória. E Deus lhe disse: “Não poderás me ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá” (Êxodo 33:20). Como entender então, o fato de confeccionar-se uma imagem de um Deus que ninguém pode, até hoje, ver fisicamente sua face? Um Deus que a si mesmo se define dizendo:  “Deus é espírito...”  (João 4). Como ser inspirado à adoração a Deus por uma suposta imagem “dEle” sem qualquer glória, sem qualquer esplendor  e refulgências do Deus vivo e verdadeiro? Pura imitação. Apenas uma falsa representação de Deus. E quem trabalha com imitações distorcidas, com realidades falsas, mentirosas e enganosas é o diabo - o pai da mentira (João 8:44). 

Até mesmo nos livros apócrifos encontramos textos que combatem a idolatria, que desmascaram a falsidade dos ídolos como no livro de Sabedoria 13:10-19: “São uns desgraçados, põem sua esperança em seres mortos, estes que chama deuses a obras de mãos humanas, ouro, prata, lavrados com arte, figuras de animais, ou uma pedra inútil, obra de mão antiga.Eis um carpinteiro: ele serra uma arvora fácil de manejar, raspa-lhe cuidadosamente toda a casca, convenientemente a trabalha e dela faz um utensílio para os usos da vida. A sobra de tudo o que para nada serve, um pau retorcido e nodoso; ele o toma e o esculpe nos momentos de lazer, modela-o com capricho para distrair-se e dá-lhe a figura de um homem; ou então torna-o semelhante a um animal desprezível, cobre-o de vermelho, enrubesce-lhe a superfície fazendo desaparecer todas as manchas. Depois faz-lhe um nicho digno dele e o coloca na parede, prendendo-o com um prego! Toma precauções para que não caia, sabendo que ele não pode valer-se a si mesmo; é uma imagem e necessita de ajuda. Entretanto, se quer rezar por seus bens, casamento e filhos, não se envergonha de dirigir sua palavra a este ser sem vida; para a saúde, ele invoca o que é fraco; para a vida, implora o que é morto; para uma ajuda, solicita o que não tem experiência; para uma viagem, dirige-se a que não pode dar um passo e, para ter lucro e êxito em seus trabalhos e empresas, pede vigor ao que nenhum vigor tem em suas mãos!” 

3. Exclusividade resultante da santidade: a palavra “santo” na Bíblia significa “separado”. Deus é um ser separado, diferente e exclusivo. Quando o artesão pega a pedra  ou o pau e dá a forma de um “deus” ou “santo”, de certo modo, além de mostrar a sua arte, coloca o que tem dentro dele na obra feita. Significa que o artista é o dono da obra e que ela foi construída e dedicada a interesses pessoais ou mesmo por interesses coletivos. Deus não tem dono e não pode ser manipulado por nada e por ninguém! No Egito, pela abundância de ídolos, as pessoas tinham os seus preferidos que serviam no culto diário, quando não misturavam vários 
“deuses” num só culto, fazendo uma verdadeira “salada” (sincretismo religioso). Mas o sincretismo religioso nunca foi sinônimo de liberdade religiosa. Josué afirma: “Escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram os vossos pais... ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”  (Josué 24:15). Diante do desafio de Josué e desta oportunidade de escolher, o povo escolhe servir ao SENHOR. Josué porém alerta:  “Não podeis servir ao SENHOR, porquanto é Deus santo, Deus zeloso...” (Josué 24:19). A santidade de Deus não permite associação, coligação “partidária”. Você pode escolher o que quiser. Mas se quiser servir ao SENHOR, deve saber que a santidade de Deus pede exclusividade dos seus. O próprio Senhor Jesus disse: “Não podeis servir a dois senhores” (Mateus 6:24). A nossa relação com Deus não é uma relação comercial, ou amigável ou de qualquer tipo que não seja a de uma aliança. Deus é Deus de compromisso e a união conjugal é a que mais se assemelha a nossa relação com Deus. Permite-se uma outra pessoa numa relação entre marido e mulher? Da mesma forma Deus não permite outro a quem rendamos glória, louvor a adoração. Ele não divide sua glória com 
ninguém. Se o amamos, provemos nosso amor sendo exclusivos para Ele! 

4. Idolatria não produz vida plena e satisfação pessoal:  o ser humano é um ser adorador por natureza. A crença religiosa e a adoração fazem parte do ser humano, não importa onde ele viva. O homem foi criado incompleto em si mesmo, e não se sente perfeitamente bem enquanto não satisfaz esta fome profunda - o anseio da sua alma. O perigo está no fato do ser humano perverter este instinto de adoração, e criar para si um deus falso. Nenhum ídolo pode preencher o vazio da alma, mas nós podemos passar o resto da vida buscando satisfação num falso objeto de adoração. Neste sentido o mandamento se mostra como uma forma de sermos plenamente felizes. Os mandamentos, de uma maneira geral, são para o nosso bem e não para a satisfação de um tirano. Quando alguém adora um ídolo não está sendo tão primitivo quanto os povos que vivem em tribos? De uma maneira geral são cinco os principais ídolos que as pessoas estão colocando antes de Deus: riqueza, prazer, poder, fama e conhecimento. 

Apêndices (versículos sobre a idolatria): 

1. Se escondem atrás das imagens (ídolos) os demônios: 1 Coríntios 10:19,20; 

2. Espíritos enganadores respondem aos que oram às  imagens: Oséias 4:12; 

3. Como Deus vê as imagens: Jeremias 10:3-5; 

4. O que acontece na vida de quem serve às imagens: Salmo 106:36; Isaías 46:1; 

5. O que se deve fazer com as imagens? Isaías 2:20; 31:7; 

6. O que ocorre na vida da pessoa que confia na imagem? Salmo 115:4-8. 

7. Idolatria traz maldições e embrutece a pessoa: Jeremias 10:14,15; Deuteronômio 27:15 

8. Os ídolos ensinam mentira e confusão: Habacuque  2:2:18; Isaías 31:7; Isaías 41:29. 

9. Mesmo sendo errado, a adoração a ídolos vai permanecer até o Apocalipse: Apocalipse 9:20; 13:11-15.

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